quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Projeto da Barragem Piraquara II: um exemplo de manejo

Fotos: Frans Rodrigues

Na terça (09), em reunião entre a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, Prefeitura de Piraquara, Sanepar e Emater, foi apresentado um projeto para o manejo da água e do entorno da Barragem de Piraquara II, que deve ser executado em parceria entre estas instituições. O projeto deve ser um exemplo de manejo para todo o país. A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento vai coordenar o comitê gestor que tratará do manejo de ações das microbacias do entorno do reservatório de água Piraquara II. O grupo vai propor e implementar medidas voltadas para a qualidade da água, preservação do meio ambiente e manejo adequado dos solos da região.
A barragem Piraquara II possui um reservatório de 21 milhões de metros cúbicos de água e é uma das quatro barragens que compõem o sistema de regularização e reforço para o abastecimento de água da capital. O reservatório garante também o abastecimento para mais de 650 mil habitantes em outros seis municípios da região.
Segundo Norberto Ortigara, secretário estadual, “é possível, em curto espaço de tempo, transformar o reservatório de água de Piraquara II em modelo e exemplo para outras ações de preservação do meio ambiente relacionadas a fontes e captação de água para o abastecimento das cidades e suas populações”. Ele afirma ainda que é importante atuar de forma coletiva: “assim como a água é um bem comum, devemos ter ações conjuntas para ajudar a conservar da melhor maneira possível esse potencial existente na região de Piraquara”, afirmou. Para o prefeito de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha (Gabão), “é urgente a necessidade de uma intervenção consistente para preservar a qualidade da água, especialmente porque ela se destina ao consumo humano, o que é o caso das águas represadas pela barragem de Piraquara II”, disse Gabão. Além disso, para ele é essencial que todas as instituições que estão envolvidas nestas questões participem do projeto.
Entre as ações que devem ser implantadas no local estão o manejo de solos e águas, manutenção das estradas e vegetação no entorno, para a contenção de água de enxurradas, que pode prejudicar a qualidade da água e provocar o assoreamento da barragem. O ideal seria que as águas fossem infiltradas naturalmente pelo solo, avaliam os técnicos do setor. A primeira ação, segundo o conselho gestor de Piraquara II, deve ser a identificação de coordenadas e reposição de marcos topográficos para evidenciar, no terreno, os limites entre a área patrimonial da Sanepar e a dos proprietários na região.
A adequação das estradas deve evitar o escoamento, em dias de enxurradas, de material indesejável para o reservatório. A devida conservação dessas estradas também facilita o trânsito dos moradores da região. Foi discutida também a necessidade de conter o assoreamento e contaminação do reservatório em áreas mais críticas, seja pela falta de vegetação adequada, de controle da erosão e agressão humana.
Além disso, segundo Norberto Ortigara, é preciso dar comunicação e divulgação a todas as atividades que serão desenvolvidas na Barragem Piraquara II. “É importante que todos os integrantes deste processo sejam parceiros nas ações desenvolvidas. O grau de competência e consciência já mostrado pelos produtores rurais deve ser aproveitado de forma a assegurar água em boa quantidade e de boa qualidade ao longo do tempo. A população será a principal beneficiada com essas intervenções”, afirmou.
O engenheiro agrônomo Joaquim Severino, ex-diretor-geral da Secretaria da Agricultura do Estado, foi eleito representante da comunidade de Piraquara no conselho. “O Paraná tem um importante histórico e serviu como referência nacional em vários momentos nas questões ambientais e de preservação dos solos”, disse. Ele cita como exemplo o projeto piloto na bacia do Rio do Campo, desenvolvido em 1976, em Campo Mourão, na região Noroeste do Estado, e utilizado como referência para o Programa Nacional de Conservação de Solos.
Conforme explica Gilmar Zachi Clavisso, secretário municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Turismo, “fica sob nossa responsabilidade a desapropriação e o desvio da estrada, o apoio com o maquinário para a manutenção da estrada, o desvio da água, além disso estamos sugerindo outras ações como fiscalização do uso da região da Barragem”.
 
 

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