terça-feira, 24 de setembro de 2013
Dilma denuncia espionagem americana como "violação" de soberania
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, denunciou nesta terça-feira a espionagem diplomática e econômica por parte dos Estados Unidos, destapada por Edward Snowden, algo que considerou "uma violação" da soberania do país.
A presidente deu início ao discurso, de 23 minutos de duração, lamentando as mortes após um ataque terrorista ao shopping da capital Nairóbi, no Quênia. Em seguida entrou no tema da espionagem norte-americana, defendendo que sejam criadas condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra.
"Recentes revelações sobre as atividades de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e repúdio em amplos setores da opinião pública mundial", disse. "Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes com alto valor econômico e mesmo estratégico", continuou.
Dilma, que centrou seu discurso perante a Assembleia geral da ONU na espionagem da qual ela mesma foi vítima, afirmou que se trata de "uma afronta" e "uma falta de respeito" que não pode ser justificada como luta contra o terrorismo.
A presidente ainda aproveitou seu discurso para fazer um apelo por um esforço pelo crescimento econômico mundial nesta terça-feira.
Dilma argumentou que a economia global continua frágil, mesmo passada a fase mais aguda da crise, e que este é o momento para reforçar as tendências de crescimento. A presidente reafirmou seu compromisso com o controle da inflação e o rigor fiscal.
Rio+20
Para a presidente, os resultados da conferência ambiental Rio+20 realizada no Brasil no ano passado devem servir de eixo para a agenda de desenvolvimento mundial pós-2015.
"O sentido da agenda pós-2015 é a construção de um mundo no qual seja possível crescer, incluir e proteger", afirmou a presidente, que fez o discurso de abertura da Assembleia-Geral.
Segundo Dilma, o "grande passo" dado na conferência da ONU realizada no Rio de Janeiro foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável.
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