do Brasil 247

Abordado
por jornalistas ao sair da sessão em que só não votou em razão de uma
chicana conduzida pela ala acusatória do Supremo Tribunal Federal,
decano da corte, Celso de Mello, afirma que já firmou convicção sobre a
admissibilidade dos embargos infringentes e manifestou sua posição em
agosto do ano passado, favorável aos recursos (assista o vídeo);
perguntado sobre se seu entendimento pode evoluir, ele foi claro: “acho
que não evolui”; nos próximos dias, no entanto, ele será alvo de intensa
pressão para que mude seu voto e negue aos réus a possibilidade de um
recurso sempre aceito no STF.
Celso de Mello, decano do Supremo
Tribunal Federal, estava preparado para proferir seu voto na sessão
desta quinta-feira. Só não o fez em razão de uma chicana liderada pela
ala acusatória da suprema corte. Na sessão de ontem, o presidente da
corte, Joaquim Barbosa, encerrou os trabalhos às 18h. Hoje, também
antecipou o fim alegando que haveria sessão do Tribunal Superior
Eleitoral. Foi ajudado pelos ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio
Mello, que proferiram votos extensos, de modo a impedir que o decano
pudesse falar. O objetivo é submetê-lo a uma pressão intensa dos meios
comunicação. De hoje até a quarta-feira, quando os embargos infringentes
serão julgados, há tempo para capas de Veja e Época e diversos
editoriais de jornais, como O Globo. A aposta dos que querem negar aos
réus um direito de defesa antes consagrado no STF é que Celso de Mello
não suportará a pressão midiática.
Hoje, essa pressão se manifestou pela primeira vez, na saída da
sessão, quando um jornalista perguntou ao decano se sua posição pode
evoluir. “Acho que não evolui. Será que evolui?” Ele lembrou aos
jornalistas que cuidou especificamente do tema em agosto do ano passado.
Na ocasião, quando se discutia o desmembramento do processo do
mensalão, ele foi favorável a esse tipo de recurso. “Eu não posso
antecipar voto algum, este não é o momento, mas já preparei meu voto,
como lhes falei. Ouvi todos os lados, li os memoriais redigidos por
advogados [...]. Li os memoriais da eminente procuradora-geral da
República e todos os votos bem fundamentados que foram pronunciados na
sessão anterior e na sessão de hoje”, disse, emendando que “tenho minha
convicção já formada e vou expô-la na próxima quarta-feira”.
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