
Levantamento
do jornal mostra que 55% dos paulistanos são contra “novo julgamento”,
algo que não está nem em discussão no Supremo Tribunal Federal; o que
ocorre é apenas, como já disse Celso de Mello, um “recurso ordinário” de
um julgamento já existente; além disso, 79% pedem a prisão imediata dos
réus; ao tentar, mais uma vez, colocar a faca sobre o pescoço de um
ministro do STF, atropelando, assim, o tempo da Justiça, a Folha,
conduzida por Otávio Frias Filho, age como Black Bloc e revela sua alma
antidemocrática; aliás, o que diriam os entrevistados do Datafolha se a
pergunta fosse: jornais que apoiaram o golpe militar de 1964 deveriam
reconhecer seus erros e prestar contas à Comissão da Verdade?
O que surpreende no levantamento é o alto índice de paulistanos – 37% – que considera que o caso deve ser reaberto, a despeito de toda a pressão midiática exercida sobre o STF e a chamada “opinião pública”.
Na segunda pergunta do Datafolha, 79% dos paulistanos dizem ser favoráveis a prisões imediatas. O que parece óbvio numa sociedade sedenta por vinganças – e cuja sede é estimulada por meios de comunicação como a própria Folha.
O que diriam os pesquisados, por exemplo, se a pesquisa Datafolha indagasse: (1) jornais que apoiaram a ditadura militar de 1964, emprestando seus carros para que vítimas do regime fossem levados ao DOI-Codi, onde seriam torturados, devem ser punidos? (2) seus donos devem prestar contas à Comissão da Verdade? Eis aí uma sugestão para uma pesquisa Datafolha.
Detalhe: em países civilizados, o excesso de pressão midiática sobre determinados julgamentos é argumento aceito para adiá-los, diante da percepção de que a sociedade não está pronta para acompanhar tais casos com maturidade e respeito por garantias individuais.
Ao publicar essa pesquisa no Dia D do STF, Otávio Frias Filho não foi para a porta do STF, mas, na prática, agiu como uma espécie de black bloc.
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