
Deputado Nelson Luersen, presidente da CPI do Pedágio, ao analisar documentos de 2001 a 2012, vê lucro exorbitante das concessionárias com uma margem muito acima do previsto pela lei e do razoável; no período, houve aumento de 317% no valor arrecadado somente pela Ecocataratas; o parlamentar diz que, só esse dado, já justificaria a redução no preço do pedágio; entretanto, na comissão de investigação, ganha força a tese de que o Estado deva encampar as rodovias pedagiadas.
“Um exemplo é o da Ecocatarata. De 2001 a 2012, houve um aumento de 317% sobre o valor arrecadado em dinheiro, sendo que o IPCA deste período teve um aumento de 112%. Também nestes 12 anos, foi registrado um aumento de 87% no número de veículos nas cancelas; ou seja, é um lucro exorbitante, com uma margem muito acima do previsto e do razoável. Só um dado assim justifica a redução no preço do pedágio”, afirmou Luersen à Banda B.
O deputado tem certeza ainda que esta mesma prévia vista nas análises da Ecocataratas, vai se repetir nas outras concessionárias. Segundo o parlamentar, todos os dados serão divulgados e não haverá como as concessionárias contestarem os próprios números. “Não vamos trabalhar com suposições, mas com documentos recebidos das próprias concessionárias, só documentos verídicos. E como elas irão contestar os próprios números?”, disse.
Sem circo
Luersen reforçou também que a CPI não vai se transformar em um circo e nem deputados vão conseguir aparecer a qualquer custo, para depois a situação ficar do mesmo jeito. “Não teremos deputados atirando para todos os lados, falando pelo cotovelo, sem nada mudar. Vamos trabalhar com dados oficiais para provar que os valores devem baixar nos pedágios e as obras podem ser realizadas”.
Sobre a rigidez dos contratos, Luersen diz que há como quebrar estes acordos em nome do interesse público. “Existe um interesse maior que é o interesse público, que deve prevalecer segundo a Constituição. Ter lucro é normal, o que não é possível são estes lucros exorbitantes. Enquanto isso, o consumidor fica sem opção, não tem por onde passar”, completou.
Uma equipe técnica formada por engenheiros e advogados, além dos deputados, está analisando os documentos. O presidente da CPI acredita que em 20 dias será possível colocar na internet as primeiras informações.
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