
Num
discurso voltado aos empresários, a presidente Dilma Rousseff resolveu
mandar vários recados de uma vez só; ao FMI, que criticou o País, ela
apontou “situação fiscal sólida”; aos críticos do leilão de Libra, ela
defendeu o modelo de partilha, enfatizando que “a área tem petróleo,
sabemos onde está e é de boa qualidade”; aos representantes do setor
privado, homenageados no evento das empresas mais admiradas do País,
ressaltou que “nosso mercado continua dinâmico e atraente para quem
quiser investir”.
Ela também dedicou boa parte do discurso para defender o leilão de Libra, feito no modelo de partilha – e não de concessão. “A área tem petróleo, sabemos onde está, tem muito petróleo e é de boa qualidade. Trata-se de área de baixo risco, de muita receita monetária. Essas razões explicam o modelo adotado, e não o de concessão”, afirmou.
Em seguida, ela aproveitou para rebater a crítica de que seu governo seria intervencionista e que, por isso, estaria afastando investidores privados. “Neste espírito de parceria estamos fazendo concessões de rodovias, ferrovias, portos. Vamos promover um salto na qualidade e na amplitude da nossa infraestrutura. Este salto é essencial para atingir o nível de competitividade que se espera da nossa economia.”
Dilma afirmou ainda que o capital privado é bem-vindo e tem sabido aproveitar oportunidades abertas na economia brasileira. “Nosso mercado interno continua dinâmico e atraente para quem quiser investir”, disse, antecipando ainda que os dados de crescimento no quatro trimestre são “encorajadores”.
Leia, ainda, reportagem da Agência Brasil sobre o discurso de Dilma:
Dilma: Brasil faz prodigiosa alquimia ao transformar petróleo em educação
Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A presidenta da República, Dilma Rousseff, voltou a defender hoje (28) o modelo escolhido pelo governo para explorar o maior campo de petróleo já descoberto no país, o Campo de Libra, na camada do pré-sal. De acordo com a presidenta, com o modelo de partilha adotado, o Brasil conseguiu fazer uma “prodigiosa alquimia” ao transformar petróleo em educação.
“O Brasil está realizando uma alquimia, uma prodigiosa alquimia ao transformar recursos naturais não renováveis em investimento naquele que é o principal ativo de qualquer povo, a educação. Garantir formação educacional adequada da creche à pós-graduação, é esse o principal legado do nosso modelo de exploração do petróleo, o modelo de partilha”, disse a uma plateia de líderes empresariais em evento de premiação promovido pela revista Carta Capital.
Dilma lembrou que o modelo de partilha fará com que 75% das receitas do Campo de Libra sejam destinados ao governo e 25% às empresas que participaram do leilão. Como a Petrobras é uma das companhias participantes, as receitas com destinos aos cofres públicos chegarão a 85% dos cerca de R$ 1 trilhão que serão gerados nos próximos 35 anos em Libra.
“Vamos transformar isso em educação, saúde e investimentos de tecnologia”, disse Dilma, lembrando que das receitas recebidas pelo governo, 75% deverão ser investidos em educação e 25% em saúde.
A presidenta fez ainda um balanço sobre a situação econômica do país. Ela ressaltou que o governo combateu a inflação e a fez arrefecer, o que protegeu a renda do trabalhador. De acordo com Dilma, os índices de inadimplência têm mostrado tendência de redução, “abrindo espaço para que os bancos retomem a oferta de créditos em níveis mais elevados”.
A Dilma reforçou que o governo está fazendo um grande esforço na área da saúde, setor onde já foram investidos R$ 13 bilhões – nos últimos dois anos e meio – somente em infraestrutura. Ela ressaltou que, além disso, o governo pretende colocar, em áreas desassistidas do país, até abril de 2014, 3 mil novos médicos pelo Programa Mais Médicos.
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