No próximo sábado, dia 3 de outubro, às 10 horas, sindicatos de trabalhadores, partidos e movimentos sociais prometem tomar a Boca Maldita, em Curitiba, em protesto contra o golpismo, o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff (PT) e as privatizações da Copel e Sanepar pelo governo Beto Richa (PSDB).
A manifestação está sendo convocada sob a bandeira da “Frente Brasil Popular”, criada no começo deste mês, e aqui no Paraná deverá ser reforçada por outros fóruns do campo da esquerda a exemplo da “Frente Povo Sem Medo”.
O objetivo desses movimentos é barrar o avanço da direita e do neoliberalismo econômico levando a sociedade às ruas. A defesa da Petrobras, assim como das estatais paranaenses, também está no radar do protesto deste sábado.
A seguir, leia a íntegra do manifesto da Frente Brasil Popular
Manifesto ao Povo Brasileiro – Frente Brasil Popular
Vivemos um momento de crise. Crise internacional do capitalismo, crise econômica e política em vários países vizinhos e no Brasil.
Correm grave perigo os direitos e as aspirações fundamentais do povo brasileiro: ao emprego, ao bem-estar social, às liberdades democráticas, à soberania nacional, à integração com os países vizinhos.
Para defender nossos direitos e aspirações, para defender a democracia e outra política econômica, para defender a soberania nacional e a integração regional, para defender transformações profundas em nosso país, criamos, em Conferência Nacional, a Frente Brasil Popular.
Somos milhares de brasileiros e brasileiras de todas as regiões do País. Cidadãos e cidadãs, artistas, intelectuais, religiosos, parlamentares e governantes, assim como integrantes e representantes de movimentos populares, sindicais, de partidos políticos e pastorais, de indígenas e quilombolas, de negros e negras, do movimento LGBTT, das mulheres e da juventude.
Nossos objetivos são:
1- Defender os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e buscar melhorias nas condições de vida, emprego, salário, aposentadoria, moradia, saúde, educação, terra e transporte público.
Lutamos contra o atual ajuste fiscal e contra todas as medidas que retiram direitos, eliminam empregos, reduzem salários, elevam tarifas de serviços públicos, estimulam a terceirização, ao tempo em que protegem a minoria rica. Defendemos uma política econômica voltada para o desenvolvimento, com distribuição de renda.
Lutamos contra a especulação financeira nacional e internacional, que transfere para uma minoria, por vias legais ou ilegais, por meio da corrupção e de contas bancárias secretas, parte importante da riqueza produzida pelo povo brasileiro.
Lutamos por uma reforma tributária que, por meio de medidas – como o imposto sobre grandes fortunas e a auditoria da dívida – faça os ricos pagarem a conta da crise.
2- Ampliar a democracia e a participação popular nas decisões sobre o presente e o futuro de nosso País.
Lutamos contra o golpismo – parlamentar, judiciário ou midiático – que ameaça a vontade expressa pelo povo nas urnas, as liberdades democráticas e o caráter laico do Estado.
Lutamos por uma reforma política soberana e popular, que fortaleça a participação direta do povo nas decisões políticas do País, garantindo a devida representação dos trabalhadores, negros e mulheres. Por uma reforma política que impeça o sequestro da democracia pelo dinheiro e proíba o financiamento empresarial das campanhas eleitorais.
Lutamos contra a criminalização dos movimentos sociais e da política; contra a corrupção e a partidarização da Justiça; contra a redução da maioridade penal e o extermínio da juventude pobre e negra das periferias; contra o machismo e a homofobia; contra o racismo e a violência, que matam indígenas e quilombolas.
3- Promover reformas estruturais, para construir um projeto nacional de desenvolvimento democrático e popular: reforma do Estado, reforma política, reforma do Poder Judiciário, reforma na segurança pública, com desmilitarização das Polícias Militares; democratização dos meios de comunicação e da cultura; reforma urbana, reforma agrária; consolidação e universalização do Sistema Único de Saúde (SUS); reforma educacional e reforma tributária.
Lutamos pela democratização dos meios de comunicação de massa e pelo fortalecimento das mídias populares, para que o povo tenha acesso à informação plural, tal como exposto na Lei da Mídia Democrática.
4- Defender a soberania nacional. O povo é o dono das riquezas naturais, que não podem ser entregues às transnacionais e seus sócios.
Lutamos em defesa da soberania energética, a começar pelo Pré-Sal. Pela Lei da Partilha, pela Petrobrás, pelo desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, pela Engenharia. Enfim, por uma política de industrialização nacional!
Lutamos em defesa da soberania alimentar e em defesa do meio ambiente, sem o qual não haverá futuro.
Lutamos contra as forças do capital internacional, que tentam impedir e reverter a integração latino-americana.
Convidamos a todas e todos que se identificam com essa plataforma a somarem-se na construção da Frente Brasil Popular.
O povo brasileiro sabe que é fácil sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho. Mas sabe, também, que sonho que se sonha junto pode se tornar realidade.
Vamos lutar juntos por nossos sonhos!
Viva a Frente Brasil Popular!
Viva o povo brasileiro!
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, Setembro de 2015.
Frente Brasil Popular
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