Após segundo turno das eleições municipais de 2012, o senador tucano não economizou adjetivos para (des)qualificar o companheiro de ninho.
Em seu blog, Álvaro assim qualificou o governo do PSDB no Paraná: “Nepotismo, fisiologismo, loteamento, sem escrúpulos, balcão de negócios, promiscuidade”.
Pois bem, no último sábado (28) Álvaro — assim como José Serra, em São Paulo — afrouxou o sutiã e aceitou compor chapa com Aécio e Richa. O senador vai à reeleição pelo PSDB, apesar das acusações pesadas de um ano atrás.
O senador paranaense ficou magoado com os caciques nacionais tucanos porque perdeu a liderança do PSDB, no início deste ano, para o colega paraibano Cássio Cunha Lima, aliado do mineiro Aécio Neves, candidato do partido à presidência da República em 2014. Em retaliação, Álvaro vinha defendendo eleições primárias para escolher o candidato do PSDB e, consequentemente, se isolou da cúpula do partido (Aécio, FHC, Sérgio Guerra).
Em entrevista ao jornalista Cláudio Osti, do blog londrinense Paçoca com Cebola, em novembro de 2012, Álvaro também chamou o governo Richa de “incompetente e desonesto” — o mesmo discurso do deputado petista André Vargas — ao pedir intervenção nacional no PSDB do Paraná.
Assista ao vídeo com a entrevista:
Se Richa não mudou nadica de nada, cabe uma pergunta: Álvaro aderiu ao “balcão de negócios” denunciado por ele? Por quê?
A seguir, leia a íntegra da catracada de Alvaro em Richa:
Porque afastei-me do comando do PSDB-PR
“Afastei-me do comando do PSDB do Paraná porque coerência é respeito à população. Não poderia apoiar no Estado o que combato com veemência em Brasília. O modelo promíscuo de governo instituído em Brasília foi transplantado para o Paraná. Nepotismo, fisiologismo escancarado e loteamento sem escrúpulos engordando a estrutura da administração pública e comprometendo sua eficiência. Esse é o sistema vigente no país e que combato. Instala-se o balcão de negócios para a cooptação dos partidos políticos a pretexto de se garantir a propalada governabilidade. Rima-se governabilidade com promiscuidade. Com isso limita-se numericamente a oposição reduzindo a fiscalização, a crítica e a denúncia. Os governantes ficam confortáveis para errar. Gastam fortunas em publicidade enganosa para iludir a opinião pública e angariar popularidade. O povo paga caro por isso! Não compactuo e continuarei combatendo. Fiquei quase dois anos em silêncio esperando por mudança de postura. Quem governa o Paraná não mudou. Não posso mais ficar calado!”.
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