quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Governo Richa tira R$ 17 milhões da merenda das crianças para garantir farra com propaganda

Depois do “decreto mata o véio”, que jogava doentes e idosos com pequenos valores a receber do governo do estado para a fila dos precatórios, Beto Richa agora retira R$ 17 milhões da merenda das criancinhas para promover uma ‘farra publicitária que poderá ultrapassar os R$ 700 milhões até dezembro.
Que o governador Beto Richa (PSDB) é desalmado e não tem coração isto todos nós já sabemos, mas ele extrapolou outra vez o limite da irresponsabilidade ao mandar cortar recursos para a compra direta de alimentos produzidos pela agricultura familiar no estado, prejudicando os pequenos agricultores e as crianças que consomem a merenda diariamente.

A própria Secretaria de Estado da Educação (SEED) confirmou a redução dos recursos e de itens alimentícios a serem adquiridos durante 2016. Neste ano, estão sendo adquiridos cerca de R$ 47 milhões em produtos da agricultura familiar, para o ano que vem, a previsão é de R$ 30 milhões. Foram retirados da lista de aquisições os grupos de carnes, bebidas láctea, ovos, macarrão, molho de tomate, leite, dentre outros.

Segundo um assessor direto do governador, que não quis se identificar por motivos óbvios, a maior parte desses recursos economizados serão destinados para a propaganda oficial. O objetivo de Beto Richa seria limpar a barra com os caciques do PSDB, por isso, segundo a fonte, a farra publicitária em sites, rádios, jornais, TVs locais e nacionais.

O problema do corte de recursos para a merenda escolar foi discutido na última quarta-feira (2), em Audiência Pública, com o tema “Agricultura familiar na alimentação escolar” na Assembleia Legislativa do Paraná. A audiência foi iniciativa do deputado Chico Brasileiro (PSD) e nela foi debatida a situação das vendas diretas por pequenos produtores para a merenda.

Como resultado da audiência, foi redigido e aprovado um manifesto assinado por dezenas de cooperativas de pequenos produtores para evitar um colapso na produção da agricultura familiar paranaense em 2016 em função da previsão de redução das vendas diretas para a alimentação escolar.

O “Manifesto pela continuidade da agricultura familiar” pede que o governo do estado contemple em seu orçamento para 2016 a contrapartida e a complementação dos recursos que, nos últimos anos, vêm sendo assegurados integralmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). De acordo com os participantes da audiência, se isso não ocorrer, além do prejuízo aos agricultores, faltará alimentos para os estudantes paranaenses.

Ou seja, se depender do governador Beto Richa  e sua equipe, tanto a agricultura familiar como os estudantes que se alimentam da merenda, que se danem. O que importa é cortar gastos e pendurar a parte “social” em programas bancados pela União. O dinheiro do tesouro estadual seria destinado integralmente para a publicidade oficial.

Na prática, o governador Beto Richa e o tucanato nativo acreditam que as crianças se alimentam de propaganda!

O que a Assembleia tem a dizer sobre mais esse crime hediondo contra a infância e a juventude?

Participaram da audiência na semana passada, além de Chico Brasileiro, os deputados Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), líder do governo, Anybelli Neto (PMDB), Márcio Pacheco (PPL), Professor Lemos (PT), Nelson Luersen (PDT), Rasca Rodrigues (PV) e Claudio Palozi (PSC). Participaram como convidados o diretor da Itaipu Nelton Friederich e o presidente do Conselho Estadual de Alimentação Escolar, George Barbosa. Foram palestrantes o procurador de Justiça do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, a diretora da Secretaria de Educação, Marcia Stolarski, o delegado substituto no Paraná do Ministério do Desenvolvimento Agrário, José Leitão, o presidente da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Ivori Fernandes.

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